AI ESTÁ A TORNAR AS CRIANÇAS BURRAS?
O outro lado da Inteligência Artificial
Antes, pensar exigia esforço. Agora, basta digitar:
“ChatGPT, faz o meu trabalho.”
“ChatGPT, escreve o meu texto.”
Mas, segundo a SBS Swiss Business School (Gerlich, 2025), essa facilidade está a reduzir a capacidade de raciocínio e pensamento crítico.
Este fenómeno, chamado de cognitive offloading, mostra que delegar o pensamento à máquina enfraquece o treino e a capacidade mental.
Outro estudo, Students’ Reliance on AI in Higher Education (2024), observou que muitos estudantes aceitam respostas da IA sem questionar, o que faz com que erros passem despercebidos.
A consequência é uma geração que sabe copiar — mas não compreender.
A Preguiça Disfarçada de Eficiência
O ChatGPT prometeu produtividade. O que trouxe foi dependência.
Segundo a SpringerOpen (2024), o uso excessivo de IA está associado a preguiça cognitiva, criatividade reduzida e menor pensamento independente.
O cérebro, sem desafios, começa a atrofiar.
A geração do “copiar e colar inteligente” arrisca-se a perder a capacidade de resolver problemas sem ajuda de uma máquina.
A Morte do Pensamento Crítico
A IA escreve com confiança, mas nem sempre com verdade.
O perigo surge quando o utilizador deixa de duvidar e passa a acreditar sem questionar.
Um estudo chinês (Effect of GenAI Dependency on Academic Achievement, 2025) mostrou que estudantes dependentes da IA têm pior desempenho académico, ao contrário do que a maioria pensa.
Um clássico caso do Efeito Dunning-Kruger: quanto menos se sabe, mais se acredita saber.
Estamos a criar mentes que aceitam sem pensar — e isso é mais perigoso do que qualquer robot.
O Cérebro Que se Apaga
Pesquisas convergem para uma conclusão sombria:
Quanto mais a máquina pensa, menos nós pensamos.
O DOAJ (2025) relatou que alunos que usam IA compulsivamente obtêm notas mais baixas e demonstram raciocínio superficial.
Já o estudo Beware of Metacognitive Laziness (2024) revelou que estudantes que dependem da IA têm menor autorregulação — deixam de refletir sobre o próprio processo de aprender.
O Que Está Realmente em Jogo
O problema não é a tecnologia.
É o comodismo mental que ela incentiva.
Estamos a trocar a arte de pensar pela pressa de parecer inteligente.
Se não invertermos esta tendência, teremos adultos incapazes de criar, inovar ou argumentar sem um algoritmo ao lado.
Dicas Para Reverter a Tendência
1. Usar a IA como ferramenta, não como atalho
Peça ajuda, mas reflita. Corrija, reformule, aprenda com o processo.
2. Reaprender a pensar no desconforto
Pensar dá trabalho — e é justamente aí que nasce a criatividade.
3. Ensinar literacia digital nas escolas
Os jovens precisam saber distinguir informação gerada de informação verificada.
4. Valorizar o erro e o esforço
Errar é parte essencial da aprendizagem. A IA não erra — mas também não aprende.
Conclusão: O Futuro Ainda Pode Ser Nosso
A inteligência artificial é uma boa ferramenta, mas a humana é insubstituível.
O verdadeiro perigo não é a IA tornar-se mais esperta —
é nós tornarmo-nos mais burros por preguiça de pensar.
O futuro pertence a quem ainda tem coragem de usar o cérebro.
Gostaste deste artigo?
Deixa a tua opinião no nosso IG!
Achas que o ChatGPT está mesmo a deixar os jovens menos inteligentes?
Ou acreditas que é apenas uma questão de saber usar bem a tecnologia?
Partilha este artigo nas tuas redes sociais e ajuda a despertar a reflexão.
Cada clique pode inspirar alguém a voltar a pensar por si.